“A vida, é para ser vivida. Mas se não for, é mais segura...”
Alexandre O’neill
Andei a tarde inteira a pensar nesta frase. Vi, mais uma vez, o filme destes últimos três anos. E, pela primeira vez, senti uma paz que julgava não existir.
Fazia pouco tempo que não olhava o passado nos olhos, mas já fazia algum que não lhe falava. Da última vez olhou-me com um tão ar sério e impenetrável que percebi que já não o conhecia. Aquele era ele, o meu passado, e eu era apenas uma estranha. Confesso que na altura mexeu comigo, fez-me pensar e chegou mesmo a deixar-me triste. Mas hoje, como por magia, foi diferente. E a paz tomou conta de mim.
Em conversa com uma amiga falei-lhe do meu encontro com o passado, dos sorrisos impessoais e das palavras cordiais e educadas. Como não poderia deixar de ser ela fez os comentários de que eu estava à espera. Já os ouvi tantas vezes que fui capaz de antecipar cada palavra. Mas não respondi como costumava responder. Sorri-lhe e limitei-me a dizer: “A vida acontece e muda, e nós mudamos com ela!”.
Agora, aqui sentada a escrever, recordo o momento e percebo o seu verdadeiro significado. Hoje tive a certeza absoluta, daquelas que raramente tenho, de que, desta vez, acabou definitivamente. Lembro que olhei para ele e o achei com um ar mais carregado, mais velho, mais cansado. Há dois meses, quando nos encontramos por acaso e tivemos aquela conversa, não me lembro de o ter visto desta maneira.
Nunca pensei que depois de ter gostado tanto dele seria capaz de o olhar e não sentir nada, nem sequer um frio na barriga. O tempo das borboletas no estômago já se perdeu há muito, e as mãos já não ficam frias nem o coração dispara quando o vejo ao longe.
Já passaram dois anos desde que o sonho se quebrou e eu me fechei a sentir de verdade. Hoje percebi que tenho de deixar a vida acontecer. Não posso continuar, eternamente, a mandar embora quem quer chegar a mim. Vai ser difícil, eu sei, mas estou cansada desta vida segura e sem grandes riscos. Estou cansada da minha racionalidade. Como diria a Vi: “Antes de deixares alguém entrar já estás a arranjar motivos para mandar essa pessoa embora.”. Ela tem razão, eu sei que tem.
“A vida, é para ser vivida. Mas se não for, é mais segura...”
E eu quero viver...
Alexandre O’neill
Andei a tarde inteira a pensar nesta frase. Vi, mais uma vez, o filme destes últimos três anos. E, pela primeira vez, senti uma paz que julgava não existir.
Fazia pouco tempo que não olhava o passado nos olhos, mas já fazia algum que não lhe falava. Da última vez olhou-me com um tão ar sério e impenetrável que percebi que já não o conhecia. Aquele era ele, o meu passado, e eu era apenas uma estranha. Confesso que na altura mexeu comigo, fez-me pensar e chegou mesmo a deixar-me triste. Mas hoje, como por magia, foi diferente. E a paz tomou conta de mim.
Em conversa com uma amiga falei-lhe do meu encontro com o passado, dos sorrisos impessoais e das palavras cordiais e educadas. Como não poderia deixar de ser ela fez os comentários de que eu estava à espera. Já os ouvi tantas vezes que fui capaz de antecipar cada palavra. Mas não respondi como costumava responder. Sorri-lhe e limitei-me a dizer: “A vida acontece e muda, e nós mudamos com ela!”.
Agora, aqui sentada a escrever, recordo o momento e percebo o seu verdadeiro significado. Hoje tive a certeza absoluta, daquelas que raramente tenho, de que, desta vez, acabou definitivamente. Lembro que olhei para ele e o achei com um ar mais carregado, mais velho, mais cansado. Há dois meses, quando nos encontramos por acaso e tivemos aquela conversa, não me lembro de o ter visto desta maneira.
Nunca pensei que depois de ter gostado tanto dele seria capaz de o olhar e não sentir nada, nem sequer um frio na barriga. O tempo das borboletas no estômago já se perdeu há muito, e as mãos já não ficam frias nem o coração dispara quando o vejo ao longe.
Já passaram dois anos desde que o sonho se quebrou e eu me fechei a sentir de verdade. Hoje percebi que tenho de deixar a vida acontecer. Não posso continuar, eternamente, a mandar embora quem quer chegar a mim. Vai ser difícil, eu sei, mas estou cansada desta vida segura e sem grandes riscos. Estou cansada da minha racionalidade. Como diria a Vi: “Antes de deixares alguém entrar já estás a arranjar motivos para mandar essa pessoa embora.”. Ela tem razão, eu sei que tem.
“A vida, é para ser vivida. Mas se não for, é mais segura...”
E eu quero viver...
6 comentários:
e estás á espera de quê?
... e é claro que as borboletas no estômago não se foram para sempre porque um dia quando menos esperares elas voltam, acredita em mim que eu sei...
eu sabia que nunca mais ias escrever para mim, snif...
Do que é que estou à espera??? Não sei bem. Talvez esteja à espera de ouvir a vida chamar por mim...
Quanto às borboletas no estômago, espero bem que não tenham desaparecido para sempre. Apenas se fpram em relação àquele passado. E sei que, no fundo, até ficas contente que assim seja. ;-)
Quanto ao escrever para ti, não sei se posso... É que não assinas os comentários, e se escrevesse para ti toda a gente ficava a saber quem és... ;-P
Beijo enormeeeeeeeeeee, daqueles assim do tamanho do mundo :-)
"O tempo é a jóia mais preciosa de todas e jamais se recupera". Prov. Árabe.
Não o percas..
Beijos
Unicus - Muito obrigada pelo provérbio... O tempo é mesmo um bem muito valioso...
Beijinhos
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