De volta “...ao princípio do meu fim...” não sei o que responder à voz que escuto do outro lado do telefone. As palavras que tento dizer não exprimem o que cá dentro retenho sem querer. O medo e a ansiedade. A vontade de não recordar. As marcas do que já foi. E as barreiras, as limitações que as erosões da vida me impuseram. O não querer voltar “...ao princípio do meu fim...” e sentir que estou mais perto de lá chegar do que esperava. O calar! O calar de tudo o que não consigo dizer. E as repetições. Como se a vida fosse um filme que revejo e se repete de cada vez que chega ao fim. Sem dúvida alguma, um momento menos bom. Amanhã será um dia melhor! Espero eu...
terça-feira, dezembro 05, 2006
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3 comentários:
sim?????
Não... Não sou capaz...
A propósito dos teus momentos menos bons, deixo-te um poema que escrevi em tempos:
Não fiques assim,
com pele dócil de infanta
a espalhar muralhas no teu olhar,
sem teceres, nas tuas mãos,
as cores de gestos
que projectem outros horizontes.
Não fiques assim,
abarcada de rígidos cais
a educar águas
em desova cega na espera,
mãos a amolecer acenos
de fascínios por metáforas,
agitando sonhos prosaicos,
entoados na dolência
de cumplicidades já mortas.
Não fiques assim,
em quieta contemplação
na corda bamba cativa
de fantasmas virtuais,
enquanto gaivotas vivas
te sobrevoam livres
para escrever contigo
uma história a quatro mãos,
serenando-te, purificada,
no juízo maduro do saber.
Beijos
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