sexta-feira, setembro 29, 2006

Conversas e Pensamentos

Deixo-me invadir pela sensação de paz dos últimos dias. A conversa de hoje de manhã fez-me muito bem. Já não nos víamos há quase dois meses, e as conversas telefónicas e pela Internet não chegavam. A fase má que atravessava passou, finalmente, e consegui ver no seu rosto um sorriso sincero e verdadeiramente feliz. Sempre acreditei, e sempre lhe disse, que um sentimento como o que os une só poderia triunfar. E fiquei muito feliz por ver a minha amiga tão bem.
Mais uma vez leu-me a alma e percebeu-me os silêncios. E quando foi cada uma para seu lado senti-me mais leve e serena. Sorri sozinha, de mim para mim.
A vida tem o condão de nos tirar umas coisas e compensar com outras, fazendo o mesmo com as pessoas. Há aquelas que saem das nossas vidas deixando espaço para que outras entrem. Enquanto me dirigia para o escritório pensava nisto mesmo. Pensei nas pessoas que deixando de ter um papel principal nas nossas vidas insistem em não deixar-nos ir, mantendo-nos prisioneiros do tempo que passou. Pensei nas pessoas que, embora saindo das nossas vidas, insistimos em não deixar sair. Pensei nas pessoas que, neste entra e sai indefinido e interminável, ficam à porta das nossas vidas e acabam por desistir de tentar entrar. Uma vez, uma outra amiga, mais velha e bem mais sábia do que eu, disse-me que ao não deixar ninguém entrar na minha vida estava a proteger-me das pessoas más e, ao mesmo tempo, a não permitir que as boas se chegassem a mim. A razão contida nas palavras dessa amiga sempre me assustou. Mas hoje, depois da conversa com a Conchinha, aquelas palavras fizeram mais sentido do que nunca. Percebi que, finalmente, abri a porta deixando sair o que já não fazia sentido continuar aqui, e nem sequer me dei conta disso.
Ao chegar ao escritório o telemóvel deu sinal de mensagem. Ao lê-la deparei-me com palavras que me massajaram o coração: “Minha querida, gostei imenso do nosso cafezinho e adorei ver-te! Estás com óptimo aspecto!!! Espero que a vida te continue a fazer bem, tu mereces! ;) Beijo grande”.

Também adorei ver-te minha querida Conchinha. Gosto mesmo muito de ti!!!

quinta-feira, setembro 28, 2006

“O tempo endurece qualquer armadura
E às vezes custa arrancar
Muralhas erguidas à volta do peito
Que não deixam partir nem deixam chegar”
(M.V.)


Sei que fiz uma promessa. Só não sei como hei-de cumpri-la...

E a música ainda ecoa na minha mente...

domingo, setembro 24, 2006

Não são só os meus olhos

O dia amanheceu triste e a chuva não tardou em chegar. A correria de subir e descer as escadas para tentar colocar tudo, mais ou menos, no lugar fez com que não me desse conta do passar do tempo. E nisto o fim-de-semana passou a num instante. Foi cansativo sim, muito. Mas os resultados compensaram o cansaço, e os momentos de pausa foram bons.
No fim do dia sentia-me como o tempo: cinzenta e tristonha. Mas poucas palavras serviram para me fazer sorrir: “Mas tu tens uns olhos a cores. Acho que vês coisas boas na maioria das coisas.”. Sorri! Mas acredito mesmo no que lhe disse... Não são só os meus olhos!
Muito obrigada, minha querida! São palavras como estas que me abraçam a alma e me aquecem o coração.

quarta-feira, setembro 20, 2006

Já cheira a Outono!


Já cheira a Outono. As ruas começam a ficar cobertas de folhas secas que estalam debaixo dos nossos pés. Daqui a pouco tempo começa a sentir-se pelas ruas o cheiro das castanhas assadas. Está quase na altura de tirar os casacos quentinhos do armário, de colocar os cachecóis e calçar as luvas de que tanto gosto. É no Outono que começam a colocar-se as luzes de Natal. As ruas das cidades vão ganhando novas cores e uma nova vida! As montras começam a deixar antever a época festiva que se aproxima a passos largos. O frio torna-se constante e a chuva começa a visitar-nos frequentemente. É nas tardes de Outono mais frias, em que a chuva fustiga as janelas, que mais gosto de ficar em casa, quentinha e quietinha, a ver chover.
Já cheira a Outono. E já vou pisando as folhas secas que começam a deixar as árvores desnudas.
Já cheira a Outono! E eu estou a adorar!

terça-feira, setembro 19, 2006

Palavras

Há dias em que o tempo parece não passar! Dias como hoje, em que vou inventando coisas para fazer ou para pensar, na esperança de que os ponteiros do relógio avancem rapidamente. O escritório está estranhamente calmo, e sinto falta da agitação que por aqui é uma constante.
Aproveito para colocar algumas ideias em ordem e reflectir sobre alguns acontecimentos recentes. Com a cabeça a fervilhar de ideias, tenho sido incapaz de escrever. As palavras parecem-me sempre tão pouco significativas para o tanto que quero deitar cá para fora. São as coisas novas que tenho aprendido no estágio; é o mundo do direito que agora sim começa a tomar forma real e me faz acreditar, a pouco e pouco, e depois dos receios “pré-estágio”, que fiz a escolha certa; são as sensações de paz e liberdade que me dominam enquanto conduzo; enfim, uma imensidão de realidades que queria ser capaz de transpor em palavras escritas, mas que não consigo.
Antes, quando as minhas palavras fluíam sem que eu, muitas vezes, me desse conta, era muito fácil escrever. E a minha escrita era partilha, entrega. Hoje, um pouco mais reservada e cautelosa no que respeita às palavras do que era então, escrever transformou-se num exercício de maior ponderação e reflexão. Ainda assim, escrever continua a ser a minha terapia de eleição. A maneira mais eficaz de colocar para fora tudo o que me mói por dentro, tudo o que não me deixa sossegar e , também, tudo o que me deixa feliz.
Às vezes, as palavras surgem do nada, fluindo no papel de modo simples e claro, outras ficam retidas dentro de mim, como se estivessem presas por alguma rede invisível que não lhes permite libertarem-se. Hoje as palavras tomaram alguma forma, mas não reflectem tudo o que queria escrever. Deve ser do tempo que teima em não passar. Escrevi e, ainda assim, mesmo perdida nas palavras, passou menos de uma hora.

(hora:16h46min)

quinta-feira, setembro 14, 2006

Iguais

De tão dissemelhantes que os nossos caminhos têm sido; de tão diversas que foram as nossas vivências; de tão diferentes que são as nossas maneiras de ser e de enfrentar a vida, acabámos por nos tornar iguais...
Sim, iguais, equitativos, análogos, idênticos, pares...
Não entende???
Um dia destes, meu querido, explico-lhe com muita calma e paciência. E sei que vai entender-me. Porque, por mais que diga que não, somos iguais!

quarta-feira, setembro 13, 2006

Enquanto escutava o barulho da chuva que caía lá fora, fui reorganizando as ideias. É tudo tão novo, que nem sei bem como me sinto. Pensava que tudo ia ser de outra maneira, mais difícil, menos simples de arrumar. Mas os dias que têm passado mostraram-me que afinal não é bem assim. É só uma questão de saber dar ao tempo o tempo a que ele tem direito...

domingo, setembro 10, 2006

"Não Passou"

"Não Passou"

“Passou?
Minúsculas eternidades
deglutidas por mínimos relógios
ressoam na mente cavernosa.
Não, ninguém morreu, ninguém foi infeliz.
A mão – a tua mão, nossas mãos –
rugosas, têm o antigo calor
de quando éramos vivos. Éramos?

Hoje somos mais vivos do que nunca.
Mentira, estarmos sós.
Nada, que eu sinta, passa realmente.
É tudo ilusão de ter passado.”

CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE

A verdade contida nas palavras que me foram ditas assusta-me. Por vezes tomamos decisões, e escolhemos caminhos, racionalizando tudo, até mesmo aquilo que seria impensável racionalizar. Será mesmo esse o caminho mais correcto???
“Sabes que não passou, e que só vai passar no dia em que resolveres sair do teu casúlo...”. Será que ela está certa? Será que sou mesmo assim, como ela me adjectivou? Tenho receio de que aquelas palavras tenham mais razão do que seria esperado...

sexta-feira, setembro 01, 2006

Novo caminho


A grande mudança está mais perto do que nunca. Quis muito. Desejei-o mais do que tudo e cheguei a deixar de lado outras coisas igualmente importantes. Agora que está quase a começar, o medo vai-se apoderando de mim: e se eu não estiver à altura do desafio?
Tenho medo, sim. Mas vou de peito aberto, com a certeza de que darei o melhor de mim, como dou sempre em relação a tudo aquilo que gosto. É tempo de erguer a cabeça e não deixar que os obstáculos que encontrarei no caminho me façam desistir.
Cheguei aqui porque sempre tive a fidelidade a mim mesma como princípio norteador. A meio do caminho senti-me perdida e com vontade de voltar a fugir. Não o fiz, e hoje tenho certeza de que se o tivesse feito me arrependeria para o resto da vida. Aprendi que a melhor solução para algumas situações é a pior para outras.
Já só faltam três dias para o início desta nova aventura e, apesar dos medos, estou muito feliz!!!