Minha Querida Concha,
Hoje voltei a ler-te, como há muito não me atrevia a fazer. Há muito tempo que não me deixava levar pela intensidade das tuas palavras. Tinha medo. É verdade, sim, não te espantes. Os últimos tempos têm sido confusos e intensos demais. Aqueles medos voltaram todos em catadupa, e eu fiquei perdida. E sabes que quando os medos chegam a reacção é só uma, a única possível... Mas hoje, e apesar dos medos, ganhei coragem de te ler. E não imaginas como me fez bem!
Hoje voltei a ler-te, como há muito não me atrevia a fazer. Há muito tempo que não me deixava levar pela intensidade das tuas palavras. Tinha medo. É verdade, sim, não te espantes. Os últimos tempos têm sido confusos e intensos demais. Aqueles medos voltaram todos em catadupa, e eu fiquei perdida. E sabes que quando os medos chegam a reacção é só uma, a única possível... Mas hoje, e apesar dos medos, ganhei coragem de te ler. E não imaginas como me fez bem!
Sempre disseste que te lia a alma, mas, e de uma forma assustadora, sempre senti que quem lia a minha eras tu. As tuas palavras pareciam as minhas, e as minhas as tuas. Muitas foram as vezes que, sem dizer uma palavra, percebeste tudo o que tinha para te dizer. Muitas foram as vezes em que calaste todas as palavras desnecessárias. Muitas foram as vezes em que as palavras deram lugar aos silêncios que nos envolviam e ensurdeciam, como se nada mais houvesse ao nosso redor. E eu tenho saudades. Muitas, mesmo. Saudades do tempo em que os sonhos ainda eram isso mesmo – sonhos. Sonhos de duas meninas que a pouco e pouco, por vezes de uma forma desajeitada e dolorosa, iam aprendendo a ser mulheres e iam, ao mesmo tempo, aprendendo a ser amigas. Aprendemos que a amizade não é estar por perto todos os dias, não é estar sempre dependente de um telefonema, de uma mensagem escrita, de um e-mail. Aprendemos que a amizade é ser o que a outra precisa a cada momento crucial, que a amizade é estar ali sempre que é preciso, sempre que faz, verdadeiramente, falta.
Hoje, ao ler-te com mais calma, senti-me ser capaz de me refugiar no teu abraço fechado, que neste momento tanta falta me faz. Senti-te mais perto. E queria-te ainda mais. É nestas alturas em que a vida se encontra em suspenso, como a minha está, neste momento, que se sente mais falta de quem melhor nos conhece.
5.ª está quase aí, e vais poder desfiar-me a alma e perceber o que calo nestas linhas. E eu estou ansiosa por deixar-te, mais uma vez, ler-me e perceber-me mais além.
Porquê?
Porque sim...
E isso chega para significar tudo o que é só nosso, tudo o que não se diz só por dizer.
Até já...
Beijo enorme, do tamanho do que não se diz,
Maria
P.S. - Já te disse que estou a morrer de saudades tuas?
Beijo enorme, do tamanho do que não se diz,
Maria
P.S. - Já te disse que estou a morrer de saudades tuas?
2 comentários:
E eu de ti, minha querida... por tudo o que disseste e que eu tenho calado, pelo muito e tanto que sabemos e que jamais poderemos esquecer.
Um beijinho enorme, do tamanho destas saudades todas.
Espreita o meu blog, tens lá uma coisa para ti! Beijinho grande.
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