Voltámos a desfiar a alma uma da outra. É inevitável que isso aconteça de cada vez que nos sentamos frente a frente, naquela mesa do nosso "Spazio", com as nossas italianas e os nossos copos com água como testemunhas silenciosas do que somos no mais íntimo de nós.
Olhaste para mim e sem que eu dissesse uma palavra disseste-me que não estava bem. Sorri-te. “Começa a falar”, disseste-me tu. E eu falei. Disse muito, e calei outro tanto. Os silêncios partilhados. Os silêncios ensurdecedores das nossas almas e dos nossos sentimentos, que dizem e mostram tanto. Calei-me e voltei a falar. Falei do que quero, do que não quero, da corda bamba, das incertezas, do que nem sequer sei falar.
Olhaste-me com um ar enigmático e fizeste a pergunta que me fez tremer: “Onde é que está a Maria do Gustavo? A Maria de há três anos atrás?”. Respondi-te que estava guardada num recanto qualquer de mim. Cresci e mudei, e aquela Maria transformou-se no que sou hoje. Se o que sou é bom, ou mau, se me agrada, ou não, ainda estou a descobrir. Até agora o balanço é positivo. Daqui para a frente logo se vê.
Guardei na memória cada uma das tuas palavras. Sei que tens razão em muitas delas, em quase todas, diria mesmo. Sei que há riscos que não quero correr. Sabes como sou. Somos parecidas demais. “Somos tão parecidas que até chateia!”, dizes tu. E talvez seja por isso que não preciso de escrever muito mais sobre aqueles assuntos, tal como não precisei de dizer, para que percebas bem o que quero significar. E é por isso que te digo que não vou deixar, não vou dar espaço. O passado, ainda que recente, vai continuar a sê-lo. E o futuro será o que tiver de ser.
Olhaste para mim e sem que eu dissesse uma palavra disseste-me que não estava bem. Sorri-te. “Começa a falar”, disseste-me tu. E eu falei. Disse muito, e calei outro tanto. Os silêncios partilhados. Os silêncios ensurdecedores das nossas almas e dos nossos sentimentos, que dizem e mostram tanto. Calei-me e voltei a falar. Falei do que quero, do que não quero, da corda bamba, das incertezas, do que nem sequer sei falar.
Olhaste-me com um ar enigmático e fizeste a pergunta que me fez tremer: “Onde é que está a Maria do Gustavo? A Maria de há três anos atrás?”. Respondi-te que estava guardada num recanto qualquer de mim. Cresci e mudei, e aquela Maria transformou-se no que sou hoje. Se o que sou é bom, ou mau, se me agrada, ou não, ainda estou a descobrir. Até agora o balanço é positivo. Daqui para a frente logo se vê.
Guardei na memória cada uma das tuas palavras. Sei que tens razão em muitas delas, em quase todas, diria mesmo. Sei que há riscos que não quero correr. Sabes como sou. Somos parecidas demais. “Somos tão parecidas que até chateia!”, dizes tu. E talvez seja por isso que não preciso de escrever muito mais sobre aqueles assuntos, tal como não precisei de dizer, para que percebas bem o que quero significar. E é por isso que te digo que não vou deixar, não vou dar espaço. O passado, ainda que recente, vai continuar a sê-lo. E o futuro será o que tiver de ser.
Adorei ver-te assim, tão calma, tão serena, tão feliz. Somos o que a vida tem feito de nós. E sinto-me muito feliz por presenciar o que ela te dá. Porque acredito que os bons são sempre recompensados. E estou certa que o momento que vives é apenas uma das muitas recompensas que a vida tem guardadas para ti.
Hoje, depois de muito pensar, tenho certeza do que não quero. Tudo o resto se resume à “certeza das incertezas” que me envolvem.
Se ao menos a Borboleta e a Andorinha ainda fossem capazes de voltar a voar...