domingo, agosto 27, 2006


Com o vento a despentear-me os cabelos e a gelar-me a pele, aqui senti-me no topo do mundo! Este nosso país tem paisagens mesmo muito bonitas!

sexta-feira, agosto 25, 2006

"Para cá da superfície"

"Trocaram os sonhos e as ilusões. Foram um, a dois, no meio da multidão que os submergia num marasmo de solidão. Gritaram bem alto o “Não” que os fez vir à superfície e que fez com que fossem capazes de respirar fundo, novamente.
Sentia, antes de o encontrar, que tal, um dia, poderia acontecer. Mas as tentativas já haviam sido tantas que a esperança de deixar de estar mergulhada naquela realidade já quase se tinha desvanecido. Encontrá-lo, inesperadamente, no meio de tanta gente que nem coragem tinha para levantar os olhos do chão, fê-la sentir que talvez existisse mesmo esse impulso sobre-humano que a levaria a ver o Sol e sentir o seu calor na pele, de novo.
Antes de ela aparecer julgava que estava condenado a ficar prisioneiro da sua própria escolha. Anos antes tinha decidido fechar-se ao mundo e tornar-se num estranho entre os estranho que o rodeavam, mais um daqueles cobardes que andavam de cabeça baixa como se carregassem um peso demasiado grande nas costas para caminharem direitos e de olhos postos no horizonte. Encontrá-la, por um daqueles acasos que acontecem uma vez na vida, fê-lo perceber que o mundo ainda podia ser um lugar feliz e que o destino era muito mais do que aquilo que um dia tinha vivido."

(Continua)
E por aqui já toca "O Lume", música que eu adoro, que escolhi para dar nome a este espaço, e que me faz lembrar de alguém muito especial: a minha Maninha querida!
Beijo enorme para ti Maninha, e para todos os que aqui têm vindo espiar!
P.S.- Agora já não podes dizer que não escrevo para ti, Mana ;-)

quarta-feira, agosto 23, 2006

Porto Seguro


Atravessar a Ponte da Arrábida e ver o casario desenhar-se no horizonte. Olhar mais além e ver os Clérigos que começam a fazer-se notar. Respirar fundo e desejar que o tempo passe rápido para poder voltar a pisar as ruas da cidade, do meu Porto. Sinto a saudade invadir-me o peito e a ansiedade de chegar é mais do que muita. Quero voltar a passear naquelas ruas de que tanto gosto. Descer Sá da Bandeira a pé e chegar à Praça da Liberdade. Olhar novamente o imponente edifício da Câmara Municipal sentada confortavelmente no Black Coffe a deliciar-me com a minha italiana curtinha e amarga, como tanto gosto. Subir a rua até aos Clérigos, seguir até à Cadeia da Relação e parar em frente a ela a imaginar o amor de Camilo Castelo Branco e de Ana Plácido, que os levou ao encarceramento naquele lugar. Quero voltar a entrar no Teatro do Campo Alegre para ver uma peça de teatro. Calcorrear a Ribeira e todas as ruas que a ela vão dar, e no fim sentar-me nas esplanadas do Cubo a beber um chocolate quente a contemplar o Douro que testemunhou tantos momentos da minha vida.
Tenho saudades de voltar a respirar aquela cidade. Vontade de redescobrir aqueles lugares, tantos anos depois. Vontade de reinventar cada rua e cada recanto. Vontade de voltar a conhecer o lugar onde já fui feliz.
Tenho saudades. Muitas. Quero voltar ao meu Porto seguro. Mas ainda não é desta vez...

terça-feira, agosto 22, 2006

Início

Às vezes é necessário começar do zero, soltar as amarras e zarpar até onde a vida nos quiser levar. Que “O Lume” arda sempre para aquecer o meu coração e o de todos aqueles que por aqui passarem para me ler.
Beijo grande,
Ana

"O Lume"

“Vai caminhando desamarrado
Dos nós e laços que o mundo faz
Vai abraçando desenleado
De outros abraços que a vida dá

Vai-te encontrando na água e no lume
Na terra quente até perder
O medo, o medo levanta muros
E ergue bandeiras pra nos deter

Não percas tempo,
O tempo corre
Só quando dói é devagar
E dá-te ao vento
Como um veleiro
Solto no mais alto mar

Liberta o grito que trazes dentro
E a coragem e o amor
Mesmo que seja só um momento
Mesmo que traga alguma dor
Só isso faz brilhar o lume
Que hás-de levar até ao fim
E esse lume já ninguém pode
Nunca apagar dentro de ti

Não percas tempo
O tempo corre
Só quando dói é devagar
E dá-te ao vento
Como um veleiro
Solto no mais alto mar”

(Mafalda Veiga)